Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, compartilho com vocês a minha experiência com amamentação.

Com o Theo ainda na barriga, me preparava para um das fases mais importantes da vida dele, e da minha. Amamentar era uma meta e um mistério. Li bastante, conversei com amigas e assisti videos, mas quando é pra valer tudo fica diferente.

Fazia massagens no peito para criar bico e também lia bastante sobre os benefícios, os diferentes modos de amamentar e os possíveis desafios – bicos rachados, mastite, dores.

Na hora do nascimento, Theo saiu da barriga e, em seguida, já foi colocado para mamar e se familiarizar com o que seria sua primeira e principal forma de alimentação. Naquele momento eu estava anestesiada, emocionada e veio aquele pequeno ser faminto que grudou no meu peito e o leite começou a vir. Senti imensa felicidade em saber que ele conseguiu se alimentar com o meu próprio leite e que, sim, eu tinha leite.

Depois, já no quarto, vamos para a primeira mamada oficial. UAU, que dor!!!! Realmente vi estrelas, fiquei tonta e segurei o grito. Nenhuma massagem ou preparação que tinha feito antes era páreo para aquele pequenino faminto que precisava mamar a cada 2h30. Os bicos ficaram rachados, vermelhos, ardendo que nem conseguia colocar roupa por cima. A primeira semana foi muito difícil e dolorosa, passava pomadas contra rachaduras mas a dor era tanta e ardia tanto que até com a água do banho doía. Amamentar é para as fortes e perseverantes.

Certo dia, Theo golfou um pouco de sangue. Corri pro pediatra, que me tranquilizou dizendo que ele mamou um pouco de sangue do meu peito, que estava ferido, o que é bem comum acontecer, por isso não fiquem muito preocupadas, mamães de primeira viagem, que isso pode ocorrer. Porém, se tiver algum indício de sangue, procure imediatamento um pediatra para se certificar que está tudo certo.

Quando o hábito se tornou bem frequente e fluido, essa sensibilidade inicial cessou e vieram os momentos mágicos. Aqueles em que a gente sente prazer em alimentar, um momento íntimo nosso, uma conexão energética maravilhosa, olhos nos olhos, plugados, conectados. Durante a amamentação costumava conversar muito com ele. Dizia para tomar todo o leite da mamãe para crescer forte, esperto, ter energia para brincar, sorrir, correr e se tornar uma pessoa bacana.

Foram 16 meses de amamentação em livre demanda e, nesse ponto, o momento se encaixava naturalmente na minha rotina. Quando eu não podia estar presente, tirava leite com uma bombinha elétrica e estocava o leite no congelador para depois o Rodrigo dar na mamadeira. Tive tanto leite que até pensei em doar para um banco. Mas o pequeno era voraz e tomava tudo e mais um pouco. Que delicia!

O tema da campanha do SMAM 2015 é Mulher Trabalhadora que Amamenta e eu tive a sorte e o prazer de poder amamentar no meu trabalho. Theo ia nas gravações que fazia na TV e ficava no camarim esperando o momento da mamada. Eu levava berço portátil e todo um esquema para que ele ficasse lá confortavelmente me esperando. Também o levei para o camarim de alguns shows, junto com um protetor de ouvido (rsrs). Deu tudo certo e foi muito bom!

Essa conscientização de que as mães possam amamentar seus filhos no trabalho é muito importante para se criar uma geração mais forte, saudável e segura. Viva a Amamentação!!!

#SMAM2015